Foto: José Cruz (Divulgação)
Não há dúvida que a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, tem protagonismo no governo e muita influência sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Só que algumas de suas atitudes públicas estariam causando saia-justa e até constrangimentos a ministros, como Fernando Haddad (PT), da Fazenda, e o santa-mariense Paulo Pimenta (PT), da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
Em uma das situações, Janja usou seu perfil para rebater postagens sobre o fim da isenção para a compra no e-comerce abaixo de US$ 50. A posição de Janja, conforme o site Uol, não teria passado pela estratégia de comunicação do Palácio do Planalto –, no caso de Pimenta –, e nem da Fazenda, – sem avaliação de Haddad. E repercutiu nas redes sociais.
Também a primeira-dama concedeu entrevista no Palácio da Alvorada, residência oficial do casal, e gravou programa nas dependências da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) sem passar pela Secom, segundo informou o Uol. Além de causar ruído, a pasta de Pimenta teve de dar explicações pelo fato de Janja utilizar a estrutura da EBC para gravar um programa que não era institucional, alvo de críticas da oposição. Em resposta ao Uol, a Secom informou que, da parte do santa-mariense Paulo Pimenta, “não existe nenhum incômodo” e ele “desconhece tal desconforto”.
O episódio mais recente com Janja envolveu o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). O ex-governador da Bahia barrou a compra de uma mesa no valor de R$ 200 mil e outros imóveis para o Palácio da Alvorada, que seriam incorporados ao acervo do governo, por entender que poderia repercutir mal pelo alto valor. E repercutira mesmo, ainda mais para uma gestão que elegeu o combate à fome como prioridade. Simbolicamente, não cairia bem. Nos bastidores, aliados de Lula fazem críticas reservadas a Janja e, claro, não comentam com Lula até para evitar uma saia-justa.